sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Condomínio é parecido com empresa, e gestão pode ser aprimorada com o e-Social

Adaptação ao novo sistema é uma excelente oportunidade para evoluir do amadorismo para o profissionalismo; ignorar mudanças pode levar a multas. Todos os condomínios estão obrigados a enviar as informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias ao governo federal pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), uma plataforma que substituirá os documentos em papel e, também, passará a ser mais efetiva na fiscalização das obrigações sociais e trabalhistas.

O eSocial Empresas é um novo sistema de registro feito pelo governo federal com o objetivo de desburocratizar e facilitar a administração de informações. O eSocial Empresas é um novo sistema de registro feito pelo governo federal com o objetivo de desburocratizar e facilitar a administração de informações.

O eSocial, de fato, é um avanço que traz mais inteligência, eficiência e segurança para os fluxos administrativos. Porém, demanda uma adaptação nas rotinas já estabelecidas e depende de investimentos. Por isso, muitos condomínios ainda não se alinharam à nova realidade, perdendo a oportunidade de aprimorar a gestão e correndo o risco de prejuízos com multas e sanções.

É importante destacar que o eSocial não é apenas a substituição do papel. O conteúdo também sofreu alterações e os dados que devem ser entregues ao governo não são mais os mesmos. Também ocorreram alterações em relação aos prazos. As exigências de detalhamento foram alteradas e as ocorrências devem ser comunicadas com antecedência, o que exige mais organização e método. Para lidar com as mudanças, indiscutivelmente o condomínio precisa do apoio de um especialista para garantir a entrega dos documentos previstos, bem como a precisão dos arquivos digitais. Porém, além das questões técnicas, o eSocial deve ser visto como uma oportunidade de mudança de cultura.

A adaptação ao novo sistema é uma excelente oportunidade para evoluir do amadorismo para o profissionalismo, compreendendo que o condomínio é “parecido” com uma empresa. E ainda alinhado a uma nova realidade ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês), com responsabilidade social e ambiental e comprometido com políticas de inclusão e de diversidade.

Essa transformação cultural, é claro, não se dá apenas entre gestores, colaboradores e prestadores de serviços. O engajamento dos moradores também é indispensável. Então, está claro que não existe mais espaço para administradoras mal preparadas.

Se você é síndico que ainda não entrou no século 21, está na hora de se mexer. Utilize o gancho do eSocial e promova a revolução que os seus condôminos esperam. Por isso, o mais apropriado é contar com o apoio de uma administradora. Quanto antes você começar, mais cedo colherá os frutos.

Lembrando que, pelo menos no caso do eSocial, não se trata de vontade, mas de obrigação. Se não realizar as mudanças de acordo com o prazo estabelecido, as multas chegarão. E o síndico, como responsável legal e direto, vai responder pelos erros decorrentes da má gestão.
José Roberto Graiche Júniro


24 de Janeiro de 2025
CARPINEJAR

Nosso primeiro Oscar

Brasil vencerá seu primeiro Oscar na mais badalada festa do cinema mundial. Ocorrerá na 97ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, no dia 2 de março, num domingo, a partir das 21h.

Por que eu afirmo isso? Não é profecia. Nem sou íntimo de nenhum jurado da Academia. O empurrão que lhe faltava era a nominação do filme em que ela atua para a principal categoria, a primeira vez que acontece a uma obra brasileira na história.

Não ganharia de Demi sem a categoria de Melhor Filme. Fernanda Torres deve justiçar a sua mãe, Fernanda Montenegro, que também concorreu ao Oscar há 26 anos por Central do Brasil.

Em Ainda Estou Aqui, baseado no emocionante livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, Torres interpreta Eunice Paiva, mãe do escritor, a qual enfrenta a violência do regime militar depois da prisão do deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), em 20 de janeiro de 1971.

Curiosamente, o documento que atestou a entrada de Rubens Paiva na prisão foi localizado em Porto Alegre, durante a investigação do assassinato do coronel da reserva do Exército Julio Miguel Molina Dias, 78, morto com 15 tiros em 1º de novembro de 2012, quando chegava em casa.

No registro encontrado, há indicação do ingresso de Rubens Paiva no QG-3, no Rio de Janeiro, e dos documentos e pertences pessoais que ele portava no momento da prisão. Na margem dele, consta a assinatura de Rubens Paiva.

DOCUMENTOS PESSOAIS:

Dois cartões de Piloto Privado.

Uma carteira nacional de habilitação.

de Engenharia e Arquitetura.

PERTENCES PESSOAIS:

Quatro cadernos de anotações.

Uma fita de gravador.

Uma gravata.

Um paletó.

O que mais impacta é o engenheiro paulista ter levado 14 livros para ler na prisão. Ninguém que acreditasse que iria morrer levaria essa biblioteca. Ele se despediu da família com a esperança de sobreviver.

Jamais imaginaríamos que uma tragédia tão brasileira, tão latino-americana, fosse invadir Hollywood. Invadir não, entrar pela porta da frente, devidamente convidada. 

CARPINEJAR