sábado, 18 de agosto de 2018


Apólice garante aos profissionais trabalharem com mais tranquilidade e segurança
Por Mariana Ribeiro Desimone - 12/04/17 05:42

Seguro de responsabilidade civil para síndicos profissionais

 Apólice garante aos profissionais trabalharem com mais tranquilidade e segurança. Ser síndico é assumir diversas responsabilidades do condomínio. As responsabilidades são grandes.

Você sabia que o síndico pode ser responsabilizado judicialmente por problemas com fornecedores, prestação de contas, erros, e até por se omitir de uma forma ou outra em situações das mais diversas no condomínio?

Mesmo sendo uma carreira que ainda gera muitos questionamentos no mercado, seja quem contrata ou quem é sindico profissional, um ponto não se discute: é fundamental ter cuidado para fazer uma administração correta, haja vista a legislação da atividade ser muito ampla.

Profissões já consolidadas no mercado como dentistas, médicos e advogados, entre diversos outros, já contam com o seguro de responsabilidade civil para sua profissão.

O que é o seguro de responsabilidade civil?

Um seguro que garante o pagamento de prejuízos relacionados a atos danosos pelos quais o sindico vier a ser responsável civilmente. Confira abaixo as principais coberturas:

Danos causados a terceiros;
Falha na prestação de serviços;
Atos danosos e dolosos;
Extravio ou perda de documentos;
Honorários advocatícios, encargos, custos e despesas judiciarias.

O seguro foi lançado em São Paulo e no Rio Grande do Sul mas agora está sendo oferecido no país todo. Essa apólice é a maneira de ter um cuidado extra com o exercício da profissão e saber que, se errar no caminho, o síndico estará protegido.

“É uma forma do profissional oferecer um diferencial em sua atividade. Serve como um atestado de qualidade e pode dar mais segurança para quem contrata”, analisa Leonardo Rodrigues, gerente executivo da Auxiliadora Predial.

Planos 

“Apostamos em valores acessíveis para que mesmo os síndicos que estejam começando sua atividade consigam obter essa tranquilidade”, explica Leonardo.

Os valores das coberturas vão de R$ 100 mil a R$ 500 mil. O preço das apólices também foram pensados de acordo com o mercado.

“São planos acessíveis, que partem de R$ 500,00 por ano e ainda podem ser parcelados. É uma ótima forma de mostrar ainda mais profissionalismo e cuidado com a profissão”, opina Leonardo.

O executivo frisa que o mercado ainda está mais focado na contratação de apólices para a edificação, e que negligenciar a complexidade da gestão condominial pode ser perigoso.

“Ainda não faz parte da cultura do nosso mercado o síndico profissional contratar esse plus, mas é algo que deve ser considerado”, arremata ele.

Saiba mais: Auxiliadora Predial Seguros

Nota: a coluna “De olho do mercado” se refere a informes publicitários. Esse tipo de texto publicitário serve para que um anunciante escolhido pela equipe do SíndicoNet explique como funciona seu produto ou serviço de maneira diferenciada. O SíndicoNet não trabalha com matérias pagas, e essa é a nossa maneira de lhe dizer que esse conteúdo é publicitário, e que foi escolhido cuidadosamente para você, nosso leitor. Caso tenha dúvidas sobre outros conteúdos publicitários no nosso portal, por favor, nos escreva aqui. Isso reafirma o nosso compromisso com a transparência do nosso conteúdo.

Por Mariana Ribeiro Desimone - 06/12/10 02:05

Como funciona e como usar o Fundo de Reserva em condomínios


Para que serve, como usar e quais os tipos de fundos. O fundo de reserva é a mais famosa e tradicional forma de arrecadação extra.


Normalmente, consta na convenção o percentual da taxa condominial que deve ser destinado ao fundo. Em geral, essa alíquota varia de 5% a 10% e é a única forma de arrecadação extra a figurar nas convenções.

As outras formas de arrecadação, como fundo de obras, e para outros fins, e rateios extras podem ser criadas por assembleias. A sua principal destinação é garantir a continuidade e o bom funcionamento do condomínio em caso de despesas imprevistas e emergenciais, além de acumular recursos para viabilizar a necessidade grandes reformas futuras, por exemplo.

Os fundos são, em essência, uma forma de separar uma parcela de dinheiro da conta comum do condomínio. Assim, fica mais fácil gerir uma arrecadação para certo fim.

Por se tratar de uma arrecadação na maioria das vezes de médio a longo prazo, fundos de reserva costumam acumular valores consideráveis. Portanto, é importante que o montante acumulado seja aplicado em instituições financeiras para não perder seu valor real.

Os especialistas consultados ressaltam, no entanto, que aplicações em imóveis ou ações não devem ser consideradas para este fim.

Outros tipos de fundos


Para que haja transparência no processo da criação de fundos é importante que se explique coisas básicas como: a duração da arrecadação, o valor que se quer levantar, e, principalmente, seu objetivo. Veja abaixo outros tipos comuns de fundos:


Fundo de obras: serve para proporcionar melhorias na infraestrutura do prédio. Troca de itens como canos, impermeabilização de lajes, pintura na garagem. Esse tipo de reforma, comum em tantos condomínios, é em geral custeada pelo fundo de obras.

Fundo de equipagem: muito usado em condomínios novos, é voltado para compras diversas como carrinhos de compras, tapetes, acolchoados para elevadores, lixeiras, acessórios para banheiros de áreas comuns, mobiliário para piscina, e até em alguns casos, a instalação de circuito fechado de tv e proteção perimetral. Nesse caso, como é muito difícil prever o término desses custos, a arrecadação dura o tempo que for necessário para sanar essas compras.

Rateios extras: os tão impopulares rateios extras também são fundos. Seu excesso deve ser evitado, pois muitos extras colaboram com a alta inadimplência e também dão ideia de gestão fraca no condomínio. Os condomínios se provisionam com rateios extras ou quando um grande imprevisto acontece, quando está para acontecer, como uma sentença judicial contrária ao condomínio, ou para se provisionar para meses de maiores gastos, como novembro e dezembro – quando há o pagamento do dissídio dos funcionários e também do  décimo terceiro salário.

Como usar 

Algo que incomoda os moradores é o uso de um fundo para suprir outro problema.

Mas o síndico pode, sim, se utilizar daquele caixa para sanar alguma outra emergência, como um elevador queimado. Nesse caso, o uso parcial ou total do fundo deve ser reposto e para deixar tudo claro aos condôminos, também deve ser ratificado em ata na próxima assembleia.

Mesmo assim, os usos possíveis do fundo de reserva, especificamente, devem estar citados na convenção do condomínio.

Caso não haja menção a isso, quando houver necessidade do uso dessa arrecadação, uma votação em assembleia deverá ratificá-la.

VOTOS E ARRECADAÇÃO


O pagamento das cotas está ligado ao conceito de fração ideal – ou seja, quem possui duas unidades deve pagar o dobro do dono de apenas um apartamento. O mesmo vale para coberturas, desde que respeitada a proporcionalidade das frações ideais correspondentes à unidade.

Para conseguir uma nova arrecadação, como um fundo de obras, por exemplo, o síndico deve contar com maioria simples para sua aprovação.

INQUILINOS

Muito se questiona sobre a participação dos inquilinos para a formação de fundos dos mais diversos em condomínios.

O aceito é que os inquilinos arquem com as despesas ordinárias, que são as despesas do dia-a-dia, como água, luz e pagamento de funcionários.

Já condôminos, donos do imóvel, são os responsáveis por investir em melhorias, como pintura de fachada, e obras no jardim – já que esse tipo de benfeitoria aumenta o valor do bem.

Para facilitar a contabilidade – e a separação das contas – o ideal é a abertura de cadernetas de poupanças separadas: uma para despesas ordinárias e outras para fundos específicos.

Mas há também casos em que inquilinos devem arcar com os rateios extras. É quando esses foram usados para cobrir despesas ordinárias.

Em casos de alta inadimplência, por exemplo, pode-se ter usado uma arrecadação extra para pagar as contas do mês. Nesse caso, os inquilinos devem, sim, contribuir para a sua restauração.


DICAS


Antes de propor a votação para criação de um novo fundo, vale a pena já orçar com três empresas a melhora desejada. Dessa forma, é possível prever o tamanho do custo e a duração e tamanho mensal da arrecadação.


O ideal é ter um fundo para gastos ordinários (com contribuição dos inquilinos) e outro para gastos extraordinários, com contrapartida apenas dos condôminos.

Especialistas recomendam parar o recolhimento do fundo de reserva quando este chegar a duas arrecadações completas do condomínio.

sábado, 11 de agosto de 2018

domingo, 5 de agosto de 2018



Agosto



Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.

Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. 

Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.

O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações.

Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. 

Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.

Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.

Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela. Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!

Miryan Lucy de Rezende - Escritora e Educadora Infantil

quinta-feira, 2 de agosto de 2018


Inadimplência em Porto Alegre
segunda-feira, 30 de julho de 2018

Capital registra maior taxa de atraso de pagamento desde 2005. 0 Está com o condomínio atrasado? Saiba o que pode acontecer.

 Mais de 18% de todos os conjuntos na Capital registraram atraso no pagamento em maio

Não há dados anteriores de tantos condomínios enfrentando problema com inadimplência em Porto Alegre. Mais de 18% de todos os conjuntos na Capital registraram atraso no pagamento em maio, conforme pesquisa mais recente do Secovi/Agademi, entidades que representam o mercado imobiliário no Estado. Um ano atrás, esta taxa era de 15,28%. Trata-se do número mais alto já registrado no levantamento, iniciado em 2005. As informações são repassadas por administradoras e contemplam mais de 66 mil unidades na Capital.

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A situação causa transtornos aos demais moradores, que acabam tendo de repartir a cota de quem atrasa. Em um condomínio de 12 apartamentos no bairro Azenha, em Porto Alegre, por exemplo, um dos moradores não arca com suas obrigações condominiais há mais de três anos. 

– A taxa de condomínio subiu 10% para os demais em razão deste inadimplente – explica o síndico profissional Ricardo Ottermann, 38 anos, que administra o prédio.

Outros transtornos vieram a reboque: o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) está atrasado, em razão de adaptações na estrutura que não puderam ser feitas devido à falta de dinheiro. O condomínio entrou na Justiça para cobrar os valores em atraso, e o caso ainda aguarda desfecho. 

Motivos para o atraso no pagamento
De acordo com a vice-presidente de condomínios do Secovi/Agademi, Simone Camargo, a recente alta da inadimplência está relacionada à crise econômica, que elevou os índices de desemprego, e ate à greve dos caminhoneiros, que paralisou a economia em maio e prejudicou a renda de muitos pequenos empresários. 

– Alguns moradores acabam priorizando outras contas com juros mais altos, como cartão de crédito, e deixam de pagar a taxa condominial, mas isto causa um dano sério nas contas do condomínio – afirma Simone.

O que pode sofrer o inadimplente
A multa por atraso nas taxas da conta do condomínio é de 2%, além de juros de 1% ao mês. Mas este não é o único contratempo do inadimplente: quem deixa de pagar este boleto corre risco de ter o imóvel leiloado por determinação judicial. Em caso de imóvel alugado, mesmo que o condomínio seja responsabilidade do inquilino, quem perde o imóvel é o proprietário. Nesse caso, o inquilino fica sujeito a uma ação de despejo por falta de pagamento e ação de cobrança movida pelo proprietário do imóvel.

A lei ficou mais dura em 2016, quando o novo Código do Processo Civil determinou que o documento de cobrança da taxa condominial tem o mesmo peso de um cheque preenchido e assinado pelo devedor. Isto dá ao credor o direito de pedir, na Justiça, a execução da dívida sem ter que mover um processo de conhecimento. 

– Esta mudança agilizou bastante o processo de cobrança das dívidas, já que no dia seguinte ao vencimento o síndico pode ingressar com pedido de execução – explica Mauren Gonçalves, presidente da Associação dos Síndicos do Rio Grande do Sul (Assosindicos-RS).

Na prática, entretanto, os administradores costumam buscar a negociação amigável com os inadimplentes e aguardar até 90 dias antes de acionar a Justiça. De acordo com Mauren, cerca de 70% dos casos são resolvidos de forma amistosa.

– A conciliação é uma forma de evitar inconvenientes entre vizinhos, mas tem que haver bom senso de ambas as partes – pondera Mauren. 

Quem está devendo também pode sofrer restrições de uso de estruturas que gerem custos dentro do próprio condomínio, como salões de festa, lavanderia e academia, desde que estas medidas estejam previstas na convenção do edifício. 

– Por outro lado, não se pode impedir que o inadimplente circule pela área comum do condomínio, uma vez que ele também é, em parte, proprietário – explica Laury Ernesto Koch, sócio-diretor do Koch Advogados Associados.

O que diz a lei
Válido desde março de 2016, o novo Código do Processo Civil endureceu as regras para quem atrasa as taxas de condomínio.

O boleto de cobrança se tornou um título executivo, ou seja, vale como cheque preenchido e assinado pelo devedor. 

Isto possibilitou que, em caso de atraso, os condomínios entrem na Justiça diretamente com pedido de execução da dívida (fase em que o juiz determina o pagamento do débito em até três dias), em vez de mover um processo de conhecimento, com convocação das partes e audiências, o que é mais demorado. 

A partir da data em que recebe a notificação da Justiça, o proprietário do imóvel tem três dias para quitar pelo menos parte da dívida.

A lei diz que, se pagar 30% do que deve dentro de três dias, o devedor pode parcelar o restante em até seis vezes. 

No entanto, se o condômino não fizer o pagamento após receber a notificação, imediatamente pode ter um bem penhorado (não necessariamente o imóvel, pode ser também um automóvel ou as contas bancárias, por exemplo).

Para que peça a execução da dívida, no entanto, o condomínio precisa seguir algumas regras: é preciso que o valor da taxa de condomínio esteja estabelecido na previsão orçamentária da Assembleia Geral Ordinária, que ocorre anualmente.

Sem seguir estas regras, a dívida até pode ser cobrada na Justiça, mas na modalidade anterior à da mudança no Código de Processo Civil, atravessando todo rito judicial.

Direitos e deveres dos condôminos
O morador inadimplente só poderá ter cortado acesso a água ou gás de uso comum do condomínio se houver uma segunda alternativa de abastecimento, diretamente em seu imóvel.

Mesmo quem está inadimplente não pode ser privado de utilizar as estruturas comuns do condomínio, pois a Justiça entende que ele também é, em parte, proprietário de áreas como elevador, jardim e estacionamento rotativo. 

Entretanto, há entendimento judicial de que, caso este uso traga custos ao condomínio (como salão de festas, academia e lavanderia), o morador inadimplente poderá ter o uso vetado pelo síndico, desde que definido na convenção condominial. 

A multa aplicada aos débitos condominiais não deve ser superior a 2%, além de juro limitado a 1% ao mês e correção monetária conforme a inflação. 

Ao morador que reiteradamente atrasa seu pagamento, pode ser aplicada uma multa de até cinco vezes o valor da taxa de condomínio, mas isto precisa estar determinado na convenção. 

A inscrição do inadimplente em cadastros negativos de crédito, como SPC e Serasa, poderá ser aceita pelo juiz, desde que pedida pelo condomínio.  

Inquilino pode sofrer ação de despejo por falta de pagamento e ação de cobrança movida pelo proprietário do imóvel.

Fontes: vice-presidente de condomínios do Secovi Agademi, Simone Camargo, presidente da Associação dos Síndicos do Rio Grande do Sul (Assosindicos-RS), Mauren Gonçalves, e advogado Laury Ernesto Koch, sócio-diretor do Koch Advogados Associados



Cidades biofílicas


O termo biofilia é novo para mim e acredito que para muitas pessoas também. Ele foi popularizado pelo biólogo americano Edward Osborne Wilson que o definiu como “uma tendência natural a voltarmos nossa atenção às coisas vivas”.
Já quanto a aplicação do termo às cidades, o escritor Timothy Beatley defende que são aquelas que, através de um desenho urbano adequado, permitem que seus habitantes desenvolvam atividades e um estilo de vida diretamente ligados à natureza, seu aprendizado e cuidado.
Em resumo, são lugares planejados para estimular a relação entre pessoas e natureza e algumas cidades já foram classificadas como biofílicas, como: São Francisco, Nova Iorque, Seattle, Wellington, Oslo e Birmingham.

Confira a sete características das cidades biofílicas:

1) Natureza abundante próxima às cidades com grande número de habitantes:

Objetivo a ser alcançado através de programas públicos e projetos de revitalização e implantação de áreas verdes.
Nova Iorque se qualifica como uma cidade biofílica, já que conta com o programa PlaNYC, que pretende que em 2030 cada habitante da cidade tenha um espaço público verde a 10 minutos de caminhada.




nova iorque, cidade e natureza integradas | imagem: loving new york

2) Afinidade dos cidadãos com a flora e fauna nativas:
Valorização das riquezas naturais locais para que os cidadãos, através de programas educacionais, possam conhecê-las e preservá-las.

3) Atividades ao ar livre e em contato com a natureza:
Criação e interligação dos espaços ao ar livre de modo a promover e facilitar seu uso e acesso pela população.

Cingapura já conectou seus parques, integrando 200 km de caminhos por meio de passarelas suspensas que permitem que os visitantes acessem os parques de diferentes pontos da cidade.




passarelas suspensas ligando parques em cingapura | imagem: cumbicão

4) Ambientes multissensoriais:
Espaços criados ou adaptados para oferecer experiências visuais, sonoras e olfativas, por exemplo, relacionadas à natureza e à biodiversidade locais.

5) Educação no campo da natureza e biodiversidade:
Incentivo de ações comunitárias que busquem a integração das pessoas com a cidade, por um estilo de vida mais natural e humano.

As cidades biofílicas dão importância à educação em campo, por proporcionar a integração entre as pessoas em contato com a natureza, podendo ser através de caminhadas guiadas, acampamentos, hortas comunitárias, voluntariado para recuperar áreas degradadas, entre outras atividades.




exemplo de horta comunitária, cada vez mais presentes nas cidades | imagem: jardim do mundo

6) Investimento em infraestrutura social e urbana que favoreça a conexão entre cidade e natureza:
Através da criação de espaços urbanos como parques, museus, escolas, centros de convivência, entre outros, que priorizem a conexão dos cidadãos com as questões  ambientais.

7) Conscientização sobre as questões ambientais e seus impactos:
Criação e implementação de planos de ação para a proteção da biodiversidade local.

A cidade de Vitória-Gasteiz, no País Basco, está cercada por um cinturão verde para limitar o desenvolvimento da cidade e proteger o pantanal Salburua. Como este plano tem dado bons resultados, está sendo estudada a possibilidade da criação de um anel verde interno para levar as áreas verdes para dentro da cidade.






parque olarizu vitoria-gasteiz | imagem: landarchs

Por cidades mais humanizadas

Resumindo, a cidade biofílica busca uma maior integração entre seus cidadãos e a natureza, através de investimentos em diversas áreas onde o objetivo final seja a valorização dos espaços verdes e da biodiversidade local.
Precisamos que as cidades sofram essa transformação, mas principalmente que seus usuários percebam a importância de fazer parte de um novo conceito de habitar, onde haja mais interação entre as pessoas por uma causa comum.
É preciso também que haja mais cobrança ao governo, contra a especulação imobiliária desenfreada, tão comum nas grandes cidades, por projetos de mobilidade urbana que valorizem de uma vez por todas o pedestre e os deslocamentos menos destrutivos e pela implantação e preservação de áreas verdes, capazes de oferecer uma melhor qualidade de vida a todos os cidadãos.
 Fonte: Arch Daily



Cidade biofílica: integrando a natureza ao planejamento urbano

CIDADE BIOFÍLICA: INTEGRANDO A NATUREZA AO PLANEJAMENTO URBANO

Amor pela vida. Este é o significado literal do termo popularizado em 1984 pelo ecólogo americano Edward O. Wilson: Biofilia.

Philia = amor

Bonito, né?

Além de bonito, o termo é utilizado por diferentes campos. Foi utilizado inicialmente na área de estudos psicanalíticos, para descrever a atração por tudo que é vivo.

Na perspectiva científica, a biofilia é compreendida como a atração pela natureza como um princípio evolutivo. No campo da filosofia o termo também tem um forte significado que reflete sobre a interação da natureza com os seres humanos.

Para este texto, vamos cruzar os campos que utilizam o termo para explicar sobre as cidades biofílicas e porque a tendência de integrar a natureza ao cenário urbano é uma orientação forte dentro do planejamento urbano do futuro.

O pesquisador estadunidense Timothy Beatley, autor do livro BiophilicCities: Integrating Nature into Urban Design and Planning, foi um dos primeiros estudiosos do assunto a aplicar a biofilia às cidades, ao desenho e planejamento urbanístico. Timothy acredita que mesmo que a biofilia seja uma condição e tendência natural genética do ser humano, existe a necessidade de intensificar e fortalecer o contato com a natureza para que a conexão se perpetue.

cidades-biofilicas-integrando-a-natureza-2

Basta pararmos para pensar quanto os imóveis que se localizam próximo a parques, praças e praia, são valorizados no mercado. Atributos como:

“De frente para o mar”, 
“Há 5 minutos do parque da Redenção”, 
“Próximo a praça da Encol”, 
“A 200 metros da beira da praia”,

chamam a atenção de quem procura um imóvel para comprar ou alugar, não é?

Por quê?

Porque estes são atributos naturais, é natureza em meio a selva de pedra, provando o que a Biofilia expressa, de que os humanos buscam a interação e o contato com o que é natural.

Projetos biofílicos no cenário urbano vêm aumentando bastante nos últimos anos, especialmente em grandes cidades, em edifícios que procuram incorporar características naturais como ventilação, luz, vegetação, agricultura e cultivo, entre outros aspectos.

Estes esforços têm aparecido mais fortemente em países desenvolvidos, pois a maioria dos centros urbanos de países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos ainda não demonstram preocupação em colocar esta tendência em prática.

Timothy Beatley ajudou a criar a rede de Cidades Biofílicas, em um projeto que inclui 8 cidades do mundo. São elas:

  • Singapura
  • Vitoria-Gasteiz, Espanha
  • Oslo, Noruega
  • Portland, EUA
  • São Francisco, EUA
  • Birmingham, Inglaterra
  • Nova Iorque, EUA
  • Seattle, EUA

Assim como no design, as cidades biofílicas também possuem 7 princípios. As 8 cidades da rede foram planejadas para que seus habitantes desenvolvam atividades e estilo de vida ligados diretamente à natureza, conforme os 7 princípios das cidades biofílicas:

1º Princípio: Natureza em abundância localizada próxima a um grande número de habitantes

A ideia é que um grande número de pessoas tenha acesso fácil a grandes áreas naturais. Um exemplo desse primeiro princípio é o Central Park, localizado bem no meio da cidade de Nova Iorque.

O projeto biofílico da cidade não se limita ao Central Park,  até 2030 a cidade de Nova Iorque terá um espaço público verde a 10 minutos de caminhada para cada habitante da cidade.

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2º Princípio: Conexão dos cidadãos com flora e fauna nativas

Valorização das riquezas naturais locais para que as pessoas possam conhecê-las e preservá-las através de programas educacionais. Este segundo princípio sugere principalmente que deve existir um comprometimento dos habitantes com a manutenção e cuidados com as áreas naturais em suas atividades cotidianas em conjunto com o apoio público e privado.

3º Princípio: Interligar espaços ao ar livre promovendo e facilitando o uso da população

A ideia é que as pessoas possam usufruir dos espaços naturais com facilidade para que a interação e integração com a natureza seja realizada facilmente, prazerosamente e com frequência.

Em Cingapura foram criadas passarelas suspensas com 200 km de caminhos que interligam os seus parques. Desse modo, a população tem acesso facilitado aos parques de diferentes pontos da cidade.

Em Oslo, capital da Noruega, dois terços da cidade é reserva florestal e há uma rota bastante abrangente de transporte público para ajudar as pessoas a circularem por estas florestas.

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4º Princípio: Ambientes multissensoriais

Criação de espaços adaptados que oferecem experiências visuais, sonoras e ou olfativas relacionadas a natureza e biodiversidade local. O intuito é principalmente a interação e entretenimento com o ambiente natural. Em um mundo onde a diversão e o entretenimento estão basicamente ligados à tecnologia digital, esses ambientes multissensoriais não só aproximam as pessoas da natureza como são capazes de promover a ressignificação do entretenimento.

5º Princípio: Educação no campo da natureza

Este princípio incentiva a criação de ações comunitárias na busca pela integração das pessoas com a cidade em um estilo de vida mais natural. Caminhadas guiadas em espaços naturais, acampamentos, hortas comunitárias, recuperação de áreas degradadas através de programas de voluntários, entre outras atividades.

Two young women girlfriends wearing jeans shorts biking on sidewalk in park on sunny summer day, back view

6º Princípio: Investimento em infraestrutura que favoreça a conexão entre cidade e natureza

Criação de espaços para aulas que girem em torno da natureza e execução de design inteligente e sustentável, museus naturais, centros de convivência. Esses são alguns exemplos do 6º princípio das cidades biofílicas. O intuito essencial é fazer as pessoas interagirem de forma mútua com a natureza em todos os momentos do dia a dia, na hora da aula, na hora do lazer e descanso, etc.

Vitoria-Gasteiz, a capital do País Basco, na Espanha é muito conhecida por possuir caminhos de anéis verdes nas partes mais densamente urbanizadas da cidade. As pessoas caminham e se deslocam de um ponto a outro da cidade em contato contínuo com a natureza.

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7º Princípio: Conscientização sobre os impactos de questões ambientais

Este princípio visa o planejamento e implementação de planos de ação que protegem a biodiversidade local. Muitas vezes a população não tem a intenção de prejudicar ou impactar negativamente a natureza em uma cidade. Simplesmente desconhecem o impacto das suas ações diárias para o meio ambiente não sabem o que fazer exatamente para protegê-la e preservá-la. Nas cidades biofílicas existem projetos de conscientização para a população contribuir para a preservação da natureza nos espaços urbanos.

Uma cidade biofílica possibilita aos seus habitantes desenvolverem atividades e um estilo de vida que os deixa aprender com a natureza e comprometer-se com seu cuidado. O futuro dos centros urbanos promete voltar às origens e tornar as cidades melhores. Permite que os habitantes se desloquem sem destruir o que é natural e preservem mais as áreas verdes, capazes de oferecer uma melhor qualidade de vida.

Integrar o conceito de biofilia ao desenvolvimento das cidades é a melhor solução para o futuro. E somente com um planejamento urbano sustentado nos princípios da cidade biofílica será possível promover esse maior contato com a natureza e a sua integração com a humanidade.