Com cada vez mais incidentes de incêndio em condomínios nos últimos anos, a atenção dos síndicos e administradores vem sendo redobrada para um item de segurança muito presente e importante no combate ao fogo: os extintores de incêndio.
O equipamento deve ser recarregado anualmente - apenas o de CO2 deve ser inspecionado a cada seis meses, e recarregado se houver necessidade. As mangueiras também merecem atenção, mas devem passar por teste hidrostático apenas a cada cinco anos.
E algo que poderia ser corriqueiro para o cotidiano do condomínio como uma manutenção anual pode virar uma dor de cabeça muito grande para o síndico que não está familiarizado com o processo.
Isso porque um orçamento um pouco mais em conta pode vir com uma surpresa: o custo das peças a serem trocadas a parte, o que encarece bastante o preço final do serviço.
Tipos de orçamento
“Já chegamos a ver diferença de mais de 800% entre a cotação e o preço final do serviço”, explica Raquel Tomasini, gerente de produtos da Lello.
Para evitar esse susto, muitos condomínios optam pelo orçamento fechado, que contempla quase tudo. Apesar de poder chegar a ser 40% mais caro do que o orçamento inicial sem peças, essa modalidade não cobre, por exemplo, extintores que precisem ser substituídos – ficando esse encargo, sempre, para o condomínio.
Mas, mesmo dando mais tranquilidade para o síndico por saber que o valor cotado será mais próximo do que será cobrado pela prestadora de serviços, nem todos recomendam o orçamento fechado.
“Eu oriento os síndicos a acertarem com a mesma empresa, para que tenham um serviço mais uniforme. O orçamento aberto sempre tem o fator surpresa, mas pode ser que não saia tão caro quanto o fechado. Por isso, escolher o orçamento aberto também é uma opção a ser pensada”, ensina Sergio Meira, do Secovi-SP.
Portanto, é preciso ponderar se o orçamento mais barato – o aberto – será mais vantajoso, já que esse valor certamente não será o final, mas em alguns casos, ele pode, sim ser mais baixo do que o orçamento fechado, dependendo principalmente do estado dos extintores.
A maior dificuldade para se chegar ao preço certo se dá porque isso só acontece quando todos os extintores forem abertos. É apenas nesse momento que o prestador de serviço consegue avaliar com segurança os itens que sofreram mais desgaste e precisam ser trocados.
As peças que apresentam maior índice que troca são: manômetro, o ring, pera, tubo, sifão e válvula. Sendo que essas últimas podem também ser reparadas.
Vale ressaltar que independente da modalidade do orçamento, o mesmo deve descrever minuciosamente o que está incluso no preço ou não, assim como o valor das recargas de água, pó químico, CO2. Também deve constar se a pintura dos equipamentos faz parte do pacote ou se deve ser acertada à parte – o que também encarece o valor final do serviço.
Obrigatoriedade
É importante lembrar que a recarga dos extintores é uma obrigação legal do síndico, e não há opção entre efetuá-la ou não. Daí a importância de que esse aporte esteja previsto no planejamento financeiro do condomínio, evitando que a manutenção se torne um peso extra nas contas do local.
Como escolher a empresa
Ao escolher a prestadora de serviço, o primordial é que ela seja certificada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), veja
aqui a situação da empresa junto ao órgão.
No estado de São Paulo, a empresa também deve ser cadastrada na Cetesb.
Também é de suma importância que haja um engenheiro no quadro de funcionários da empresa. Ao efetuar a recarga, os extintores em conformidade com a lei brasileira devem, receber um selo do Inmetro.
A ordem de serviço deve ser preenchida e assinada pelo técnico responsável pela manutenção.
Selo INMETRO
- Desde de março de 2001, foi criado pelo INMETRO um Selo de Conformidade para extintores, que garante a qualidade do equipamento e das empresas especializadas na manutenção
- O selo deve ser trocado a cada manutenção do equipamento, com a data do próximo vencimento (como na troca de óleo de um carro), e é válido em todo território nacional
- O selo garante que o extintor ou serviço de manutenção foi certificado por uma instituição credenciada pelo Inmetro
Evite fraudes
É importante escolher uma empresa que ofereça a possibilidade de devolução dos extintores caso não haja acordo depois que o orçamento final – com peças e reparos – seja apresentado. Dessa forma, o síndico não fica obrigado a pagar um serviço cujo valor final passe demais do seu orçamento.
Para garantir que os extintores não sejam trocados pela empresa contratada, nossos consultores sugerem que o síndico peça ao zelador para que anote o número dos extintores, ou que faça uma marca – como um ponto de esmalte de uma cor que se sobressaia – no seu equipamento. Assim, haverá a certeza de que o extintor devolvido é o mesmo que foi enviado à empresa.
Sem extintores
O condomínio não pode ficar sem extintores. Portanto, para que a manutenção aconteça, e o local não fique desguarnecido, há duas saídas:
- Empresa faz a manutenção em duas etapas – leva primeiro os extintores de andares pares e depois, dos ímpares; assim se algum pavimento passar por alguma situação de combate ao fogo, é rápido chegar ao equipamento
- Empresa empresta os extintores: algumas prestadoras de serviço oferecem esse diferencial, se informe ao cotar com o fornecedor
Passoa a passo da contratação
- Cotação com empresas: Cuidado com orçamentos muito abaixo da média do mercado
- Avalie e escolha qual a melhor opção: orçamento fechado ou aberto
- Certifique-se de que a empresa é certificada pelo INMETRO
- O técnico visita o condomínio, checa os equipamentos, entrega um laudo e orçamento
- Aprovado o orçamento, retira os extintores, deixando equipamentos de reserva no local
- No retorno, verifique se o lacre não está violado e se os extintores não foram trocados
Inspeção
Mas não é só no momento da manutenção que o condomínio deve ficar atento aos seus extintores. Pelo menos duas vezes por semana, o zelador deve verificar cada um deles, para se certificar se houve uso ou se foi descarregado. Nesse caso, ou se houve perda de pressão, o mesmo deverá ser recarregado.
Serviço
Fontes consultadas: Carlos Lima, gerente comercial da No Fire, Sergio Meira de Castro, diretor da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP e colunista SíndicoNet, Raquel Tomasini, gerente de produtos da Lello condomínios, Gabriel Karpat, diretor da administradora GK e colunista SíndicoNet, Alex Castilho Candido, proprietário da RBK, Josenilson Ribeiro, gestor de providências da VIP, Vistorias Inspeções Prediais, Cristiane Salles, gerente de condomínios da administradora Protel, Antonio Palomino, coordenador da empresa Nefran, Vania dal Maso, diretora de condomínios da administradora Itambé