quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
domingo, 22 de outubro de 2023
Quem tudo sabe...
criticar essa ou aquela
situação.
responsabilidade de educar,
ou de ensinar.
Mas, por favor,
não faça da sua língua
uma arma,
dessas que ferem mais do
que armas de fogo,
cortam mais que facas afiadas,
ou que queimam mais
use o bom-senso
e a responsabilidade.
postura de conselheiro
do mundo,
e quando vamos ver,
a sua própria vida é um
desarranjo só.
mas não aprenderam.
Adoram falar,
mas não aprenderam a ouvir.
Adoram comentar,
mas não aceitam palpites.
Já sabem o que
mas não
aos milhares.
Gente que humilha só de olhar,
e que no final das contas,
merece a nossa piedade total.
mal-amadas,
perdidas em suas próprias
grosserias.
sua própria defesa,
porque se pararem
para ver a própria vida,
caem.
elas compram um metro de
corda e adeus.
elogiar,
mostrar caminhos.
corrija-o carinhosamente.
falar um não,
até de se dar uma bronca.
mas que não fira,
lembrando-se sempre que
aquele que acredita que
tudo sabe,
é o que mais precisa
aprender.
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
Síndico: Poder político que se faz com liderança e ética
Um dos primeiros condenados pelos ataques em Brasília no começo do ano era também síndico. Matéria reflete sobre grau de influência, poder, liderança e princípios éticos do gestor do condomínio
Por Thais Matuzaki - 13/10/23 12:15 - Atualizado há 2 dias
Caso de ex-síndico provoca reflexão sobre a influência do gestor no condomínio e os princípios éticos que o cargo exige, assim como na política
No mês passado, o programa 'Fantástico', da TV Globo, repercutiu o caso de um dos primeiros condenados pelos ataques em Brasília no começo do ano, que por sinal, era síndico de um condomínio em Diadema, no estado de São Paulo.
De acordo com a reportagem, ao longo dos oito anos na gestão do condomínio, o síndico Aécio cometeu diversos abusos contra os moradores.
A repercussão do escândalo fez o Síndico Net propor esta matéria para discutir a respeito do grau de influência do síndico sobre a comunidade que representa, abordando conceitos de poder, liderança e valores éticos. Confira!
Entenda o caso do ex-síndico preso por atacar Brasília
Aécio Pereira foi um dos primeiros condenados pelos ataques em Brasília ocorridos em 08 de janeiro de 2023, e terá de cumprir 17 anos de prisão. Antes disso, ele era funcionário da Sabesp há mais de 10 anos e também síndico de um condomínio em Diadema há 8.
Segundo a companhia paulista de saneamento, como servidor público Aécio nunca respondeu por processos disciplinares. Já como síndico acumulou 10 boletins de ocorrência e um processo judicial por danos morais.
Moradores e conselheiros denunciaram ameaças, perseguições, manipulações, agressões verbais de toda natureza (homofobia, intolerância religiosa, machismo, política, etc) e até furto.
Síndico: Política, influência, poder e liderança
Diante do caso de Aécio, é de se pensar sobre a influência do síndico dentro do condomínio e os princípios éticos que o cargo exige, tal como acontece no mundo da política.
Entre outras definições que constam no dicionário, ser político significa exercer um cargo eletivo. Sendo assim, é inegável que o síndico desempenhe esse papel no condomínio, uma vez que é a partir de uma eleição (votação dos condôminos em assembleia) que ele assume o posto.
Tal como os políticos são representantes do povo, o gestor é o representante da massa condominial, ou seja, da coletividade. Para Gabriel Karpat, diretor da GK Administração de Bens, essa política, tanto do prefeito de uma cidade quanto do síndico, só faz sentido se for voltada para a comunidade.
O filósofo Ives Alejandro Munoz concorda, reforçando que o síndico trabalha para um bem público, dos outros.
Isso quer dizer que tudo que envolve sua vida privada (opiniões políticas, religiosas, pessoais, etc) pertence a um foro íntimo e deve ser separado da sua vida pública - o que não é nada fácil, pois os valores cultivados em cada uma destas esferas são completamente diferentes. E, para piorar, tudo anda um pouco distorcido hoje em dia.
Antigamente, por exemplo, era comum ouvir pais ou responsáveis pelas crianças falarem coisas como "vão brincar na rua, aqui em casa está muito limpo para fazerem bagunça e sujeira".
Segundo Ives, essa fala dá a impressão de que lá fora pode ser feito o que quiser, mas dentro de casa não, no entanto, é exatamente ao contrário. A vida pública tem muito mais limites do que a vida privada, justamente pelo viver em coletivo.
"Você quem dita as regras dentro de casa. Posso deixar toalha no chão, chinelo jogado...mas lá fora não, é um espaço público, que vai exigir alguns pilares de valores coletivos, como respeito, tolerância, responsabilidade, gratidão, justiça, os quais não têm muito a ver com as opiniões pessoais", explica Ives.
Para separar a vida privada da vida pública, o síndico precisa sempre se lembrar de que as pessoas têm trajetórias, ideias e visões de mundo diferentes, logo, têm valores distintos também. O gestor não pode achar que todos pensam ou deveriam pensar como ele.
A importância da liderança do síndico
A partir daí, o síndico precisa se educar em relação a isso para, posteriormente, instruir a comunidade a cultivar valores morais mínimos para a corrente social citados acima por Ives.
“Se as pessoas não pensam como eu, quais são os valores que são comuns entre nós?”, o filósofo sugere o exercício. "O síndico deve entregar esses valores coletivos e nunca as opiniões pessoais, porque são construídas a partir de outros valores", ele acrescenta.
Essa engenharia de aprender sobre vida pública e privada é algo que muitas pessoas não sabem, então, o síndico precisa ser o mentor dessa ideia. Aí que entra seu poder: o da liderança.
Társia Quilião, advogada especialista em compliance condominial, entende ser mais apropriada a ideia de que o síndico é líder. Na opinião dela, essa liderança tem que isonômica, imparcial, voltada ao bem estar daquela comunidade e, o mais importante: inspiradora, para puxar a massa condominial para um movimento positivo.
"Não é porque sou uma líder que devo mandar e desmandar, ser intransigente e ditadora. Pelo contrário, é a pessoa que impulsiona os demais, e no caso do síndico, para o bem-estar daquela comunidade", reitera Társia.
O grande problema é que muita gente confunde essa liderança com o poder, no seu pior estado - uma arma usada para convencer, intimidar, agredir e conflitar. Se não for líder, o síndico tende a se colocar como soberano.
De acordo com Ives, o poder tem uma capacidade muito grande de distorcer visões e desvirtuar as pessoas para um lugar que normalmente elas não iriam. Um exemplo disso está no poder público; os indivíduos eram de um jeito na vida privada e se transformam na vida pública.
Para evitar que isso aconteça, o síndico precisa sempre se direcionar para o bem-estar do coletivo, estando a serviço do outro em primeiro lugar e não dele próprio.
Dessa forma, as questões individuais da comunidade ficam enfraquecidas e o melhor é que as pessoas percebem isso, a exemplo de discursos como "Eu queria muito que a cor do meu prédio fosse laranja, mas na reunião do meu condomínio escolheram azul”.
As pessoas começam a entender que o desejo individual delas não pode ser maior que o do coletivo. E aí que está o exercício da democracia no condomínio, em mais um paralelo com a política.
"O síndico não é uma pessoa física, e sim um instrumento democrático para o bem-estar coletivo, assim como é um servidor público. Por isso ele tem sempre que estar com essa fala democrática em mente 'Nós estamos fazendo para a coletividade'", salienta Ives.
O filósofo frisa, ainda, que é arriscado confiar na conduta de uma pessoa, pois ela pode falhar em algum momento. Então, é preciso criar regras por escrito, do que pode ou não pode, para limitar a atuação do agente público, no nosso caso, o síndico.
Isso vai além das legislações existentes, Código Civil, convenção ou regimento. Estamos falando de Código de Ética e Código de Conduta, conceitos que vamos detalhar mais à frente.
O que poderia ter sido feito no caso do condomínio de Aécio?
O até então síndico Aécio havia sido reeleito por três mandatos no condomínio de Diadema. Esse cenário fica difícil de entender após tantos relatos dos condôminos referente à postura autoritária e agressiva do gestor.
Se mesmo assim ele conseguiu permanecer no cargo por tantos anos, isso mostra um pouco a omissão dos condôminos em se envolver com as questões do condomínio.
Até porque, as consequências de manter uma figura como essa no comando do condomínio os afetava diretamente, tanto em relação à convivência (vizinhos se diziam amedrontados) quanto ao bolso - um morador entrou com ação de danos morais contra o condomínio. Condições estas que, inclusive, podem acarretar na desvalorização do imóvel.
De acordo com Társia, os condôminos deixaram a situação chegar ao extremo. Para ela, no advento dos primeiros episódios, valeria uma conversa pacífica com o síndico e nas assembleias em que ele foi reeleito, era o momento das pessoas descontentes manifestarem suas insatisfações, solicitando um tratamento mais cortês por parte dele.
Isso faria constar em ata, o que seria mais um forte argumento para embasar uma destituição, além dos boletins de ocorrências registrados acertadamente. E então os condôminos do prédio de Aécio deveriam ter se organizado para convocar uma assembleia para essa finalidade.
Leia também: Como fazer a destituição de síndico e corpo diretivo
"E por que não se uniram? Não existia um canal de comunicação entre eles? Não tinham acesso a informação? Por isso que o síndico tem que ser compliance e presar pela transparência, disponibilizando vários meios para que todos possam ter suas demandas, sugestões, reclamações, elogios e críticas chegando até a administração. Não se pode criar obstáculos", sinaliza Társia.
Nesse sentido, ela acredita que há muitos síndicos no mercado condominial sem a menor capacidade de exercer uma atividade de liderança e de gestão de bens e valores dos outros. Um cenário que só reforça a importância da profissionalização da sindicatura, através de cursos sérios, capazes de aprimorar esse profissional e evitar essas "surpresas".
Na visão de Gabriel Karpat, os condôminos também precisam avaliar os candidatos a síndico não somente pela competência técnica ou capacidade de comunicação, mas sobretudo, do ponto de vista comportamental, inclusive em sua vida privada - o que não é usual.
"Se avaliarmos síndicos apenas por sua posição social ou formação, corremos o risco de errar na escolha", afirma.
Em muitos casos, o síndico pode até ser um bom gestor, que cuida da manutenção e mantém as finanças em dia, mas peca no relacionamento com as pessoas. Para Társia, esta qualidade representa 70% de uma boa administração, afinal, atualmente, as pessoas estão cada vez mais carentes de atenção.
"Às vezes você vê síndicos pouco capacitados tecnicamente, mas têm uma boa conversa, que escuta a todos, são tranquilos, e isso acaba até os reelegendo. A avaliação de um bom gestor se dá nesses pontos: gestão financeira e das manutenções, trato pessoal e capacidade técnica", ela enumera.
Mais do que saber se comunicar com o exterior, é fundamental que o síndico também reflita sobre si mesmo. Na opinião de Ives, a impressão que se tem sobre o ex-síndico de Diadema é de que ele tinha questões internas mal resolvidas.
"Nessa condição, a pessoa exterioriza isso muitas vezes se utilizando de um cargo com o mínimo de poder, para disseminar radicalismo, extremismo, totalitarismo, intolerância, etc.", expõe.
Retomando a ideia de vida privada e vida pública, o síndico precisa saber separá-las. "Tem que ter a capacidade de analisar quando estiver com problemas pessoais, de modo que isso não interfira no papel dele como profissional. É o que diferencia uma pessoa comum de um líder", aponta Ives.
Assim, algumas virtudes, como vocação, propósito, coragem e diplomacia fazem a diferença em um síndico.
Em um mercado no qual se dá bastante enfoque em problemas mais palpáveis, como desvio de dinheiro ou falta de manutenção, pouco se fala sobre um síndico antissocial, por exemplo.
"Um gestor autoritário é tão perigoso quanto aquele que rouba, porque ele faz da vida condominial literalmente um inferno, quando na verdade deveria ser ao contrário, afinal, é nossa casa, um lugar para prevalecer a paz", alerta Ives.
Por fim, sem contar os danos ao condomínio em si, com um síndico preso por praticar atos golpistas aparecendo em rede nacional, toda a comunidade condominial, que já tem a imagem marginalizada, é prejudicada também.
Algo que se refletiu inclusive na própria Sabesp, que teve seu nome vinculado ao escândalo e foi pressionada a demitir Aécio, e por justa causa, mesmo sem que ele tenha cometido algum ato indisciplinar dentro da companhia.
Mas no meio disso tudo, Társia enxerga um ponto positivo. "Esse tipo de repercussão é uma oportunidade de enaltecermos os bons profissionais, para tentar esvaziar cada vez mais aqueles que são despreparados", declara.
Código de Ética e Código de Conduta em condomínios
Como enunciado brevemente acima, estabelecer regras por escrito, limitando a atuação das pessoas que ocupam algum cargo de poder, é essencial para se resguardar contra irregularidades e lembrá-las de algumas questões que parecem muito óbvias - mas estão esquecidas.
"Existem alguns acordos que são verbais, mas outros são tão importantes que precisam estar escritos para que não reste nenhuma dúvida", Ives justifica.
Claro que um condomínio já está submetido a inúmeras legislações, como Código Civil e outros dispositivos internos como convenção, regimento interno e decisões assembleares.
Porém, existem outros documentos mais específicos, que podem se somar a eles, a citar o Código de Ética e o Código de Conduta. São instrumentos que foram muito bem difundidos no mundo corporativo, através de programas como ESG (governança) e Compliance.
A principal diferença entre Código de Ética e Código de Conduta é que o Código de Ética é um conjunto dos valores morais que guiam determinado ambiente, enquanto o Código de Conduta é um conjunto de atitudes aceitáveis ali.
Código de Ética
Para falar de Código de Ética, é necessário abordar o que de fato significa "ser ético". Para Társia, trata-se de uma característica de caráter pessoal, portanto, nenhum curso ou regulamentação é capaz de ensinar a ser ético. Ou você tem ou não tem. Não é um conceito relativo, é uma constante", define.
Paulo Musa, em seu artigo sobre compliance publicado no SíndicoNet, traduz a ética como um conjunto de regras e preceitos que medem o nível moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.
Sendo assim, abaixo seguem alguns exemplos do que um Código de Ética pode abordar. Trata-se especificamente do síndico, mas também pode ser feito para o condomínio num geral, incluindo funcionários, moradores e prestadores de serviço. Vamos lá:
· Escolher empresas que prestam serviços nos condomínios por sua capacitação técnica, além de uma avaliação correta dos preços, desconfiando das distorções nas comparações. Realizar um processo isento de cotações de produtos e serviços é uma boa prática e o Síndico Net Cotei Bem pode ser um grande aliado do síndico;
· Considerar sempre as limitações humanas, consultar sempre especialistas nas diferentes áreas (engenheiros, advogados, consultores de segurança, auditores etc.);
· Ouvir sugestões e ser isento nas deliberações;
· Ser democrático, acatar as decisões da maioria, mesmo que contrárias à sua;
· Não aceitar presentes, descontos em produtos e serviços de empresas contratadas. Caso a empresa insista em conceder o benefício, direcioná-los em prol do condomínio;
· Não efetuar recebimentos no condomínio. Os valores eventualmente recebidos pelo gestor devem ser depositados em conta bancária do condomínio;
· O caixa para pequenas despesas, comumente usado pelo zelador, deve ser constituído com registro em conta de adiantamento junto à administradora e as prestações de contas devem ter registros no balancete do condomínio;
· Não adquirir produtos sem nota fiscal, mesmo que oferecidos com preços convidativos.
Em resumo, o Código de Ética é um documento que determina qual o perfil daquele gestor que vai cuidar do condomínio, qual o perfil dos colaboradores que ali vão atuar, qual o perfil das empresas que vão prestar serviços, enfim, tudo o que é repudiado por aquela comunidade condominial.
"Um Código de Ética bem redigido e robusto consegue blindar o condomínio da atuação nociva de um síndico, por exemplo", defende Társia.
Código de Conduta
O Código de Conduta está relacionado ao comportamento de uma pessoa, como ela se comporta em um espaço público. São comportamentos considerados saudáveis para a coletividade, tem muito mais a ver com essas questões práticas do dia a dia, tais como:
Ao encontrar uma pessoa no elevador, seja educado e cumprimente-a com "bom dia/boa tarde/boa noite";
Dê espaço para quem for entrar na cabine;
Respeite os mais velhos;
Trata os moradores com empatia, responsabilidade, respeito, gentileza, justiça, cooperação, paciência, etc;
Aos moradores, entenda a importância do silêncio após determinado horário.
Ives Alejandro Munoz acrescenta que contar com esses códigos é ainda mais válido se as pessoas assinarem os documentos.
"O condomínio fica seguro, pois tornam-se mecanismos de salvaguarda, todos cientes dos limites e não mais um cheque em branco", finaliza.
Agora que você já aprendeu tudo sobre o papel político e de liderança do síndico através de princípios éticos, que tal rever a série de vídeos sobre virtude, felicidade e propósito de vida do síndico.
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quinta-feira, 12 de outubro de 2023
A infância é uma fase crucial para o desenvolvimento humano, onde as experiências vividas nos primeiros anos de vida são fundamentais para a formação do adulto que a criança se tornará no futuro. É importante que a criança cresça em um ambiente saudável, cercada de afeto e com liberdade para brincar.
O brincar é um fim em si mesmo e é uma das lições mais importantes da vida da criança. Além disso, a primeira infância, período que vai da concepção até os 6 anos de idade, é considerada uma janela de oportunidades crucial para a saúde, o aprendizado, o desenvolvimento e o bem-estar social e emocional das crianças. A cultura das infâncias diz respeito ao patrimônio material e imaterial das infâncias.
O conjunto de brinquedos, brincadeiras, parlendas, cantigas, cirandas e experiências artísticas que atravessam a história são exemplos dessa cultura. Por mais que sociedades e culturas se modifiquem, e que existam muitos jeitos de ser criança, imersas em diferentes contextos, há um elemento comum que sustenta uma universalidade nas infâncias: o brincar livre.
Quando brincam, as crianças expressam com muita potência quem elas são e percebem no mundo múltiplas possibilidades. Parabéns para a criança dentro de ti. Feliz Dia da Criança.
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Representantes de mais 10 condomínios registram ocorrência contra imobiliária suspeita de desvio de R$ 1 milhão em Porto Alegre
Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa, nessa terça-feira (22); três sócias são investigadas
Na terça-feira (22), agentes da 2ª Delegacia da Capital cumpriram mandado de busca e de bloqueio de conta bancária
Polícia Civil / Divulgação
Após a Polícia Civil realizar buscas na sede de uma imobiliária do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, suspeita de apropriação indébita e furto qualificado de cerca de R$ 1 milhão de 26 condomínios da região, novas vítimas procuraram a 2ª Delegacia para registrar ocorrência. Nesta quarta-feira (23), o delegado Vinícius Nahan, responsável pela investigação, informa que três representantes de mais 10 condomínios da Capital denunciaram apropriação indébita.
Agora, são mais de 30 inquéritos instaurados envolvendo 36 condomínios, a maioria do mesmo bairro onde a empresa tem sede. O valor do prejuízo, segundo apuração, passa de R$ 1 milhão. Três sócias são investigadas, mas uma delas informou GZH que se desligou do quadro societário ao saber das supostas irregularidades. Advogados das outras duas negam qualquer tipo de ilegalidade (veja nota abaixo).
Nahan diz que os novos procedimentos são relativos a dois síndicos, cada um representa um conjunto habitacional, e também a um terceiro síndico — que atua profissionalmente nesta função — ao representar outros oito condomínios. Os três informaram que o prejuízo levantado até agora é de aproximadamente R$ 200 mil.
Desta forma, o total de prejuízo, relativo aos 36 conjuntos habitacionais é de R$ 1,2 milhão, referente a repasses de síndicos para pagamentos de água, luz, gás e vigilância dos condomínios. Mas, conforme Nahan, não teriam sido pagos ou pagos com atraso pelo menos desde abril deste ano.
— Estamos investigando apropriação indébita porque são valores repassados com o intuito de que a imobiliária, representante dos condomínios, pagasse pelos serviços, ou seja, é quando tu me cobra algo e eu não te devolvo. Também estamos investigando furto porque encontramos transferências bancárias diretas da conta da empresa para a conta pessoal de uma das sócias. Nesse caso há indícios de furto qualificado pelo abuso da confiança, porque ela (uma das sócias) só conseguiu furtar esse valor porque existia uma relação contratual, com vínculo, entre as vítimas, que são os condomínios, e as sócias — explica o delegado.
Apesar de a polícia não ter divulgado o nome da empresa, GZH apurou que trata-se da imobiliária Menino Deus. O delegado diz que dois celulares, documentos e comprovantes de transferências bancárias foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados no local.
Segundo Nahan, os síndicos alegam que não estariam sendo atendidos sobre pedidos de ressarcimento ou de pagamentos de dívidas que não sabiam ter contraído. O delegado ressalta que todo o material recolhido será analisado nos próximos dias para se ter uma dimensão mais precisa dos supostos valores movimentados e na busca por possíveis provas.
A advogada Mariju Maciel representa Sueli Ivone Fin Gonzales, uma das sócias da imobiliária, e procurou a reportagem na terça para esclarecer que a sua cliente se retirou da sociedade em março de 2023, por meio de uma medida judicial. Em mensagem pelo WhatsApp, a advogada afirma: "Ela, quando percebeu irregularidades, realizou o pedido de afastamento de uma das sócias, o que foi negado pela juíza. Diante disso, por não compactuar com tudo que estava acontecendo, pediu a sua retirada da empresa de forma que não só não é responsável pelos fatos que estão sendo apurados como ela própria levou as irregularidades para conhecimento da Justiça".
Contraponto
Assinada por um grupo de advogados, uma nota enviada para GZH na noite dessa terça-feira (22) apresenta a defesa da Imobiliária Menino Deus. No texto, os advogados afirmam que "nada de ilícito foi encontrado no interior dos locais averiguados pelos serventuários do Estado". Veja a nota completa abaixo.
"Em nome da empresa denominada Imobiliária Menino Deus, sediada a 25 anos no bairro Menino Deus, nesta Capital. Com notória e ilibada atuação em nossa sociedade.
Com o consentimento de suas sócias remanescentes, em virtude do fato ocorrido no dia 22 de agosto de 2023, em torno das 10h, na sede da empresa, ou seja, Av. Getúlio Vargas 918 policiais civis lotados na 2 DP desta Capital juntamente com o ilustre delegado cumpriram mandado de busca e apreensão oriundos de determinação judicial, em busca de objetos ilícitos e documentos pertencentes a pessoa jurídica em tela, assim como, mesmo no aludido mandado não constasse o recolhimento de bens pessoais levaram a manu militari aparelhos e notebooks daquela empresa.
Primeiramente, cumpre esclarecer que nada de ilícito foi encontrado no interior dos locais averiguados pelos serventuários do Estado, sendo que até este momento, após dois requerimentos defensivos para ter acesso a investigação, não foram apreciados pelo delegado titular daquela DP, sendo adstrita a defesa técnica e deduzir semelhante pedido perante a 15ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca de Porto Alegre.
Em face da gravidade dos fatos elencados pelos meios de comunicação, os quais denigrem e aviltam a imagem da empresa e de suas representantes, sem que haja respaldo no processo judicial que apura a culpabilidade dos fatos narrados.
Diante disso, está sociedade de advogados no âmbito empresarial e criminal, está acompanhando os fatos ocorridos desde março do corrente ano, época na qual a terceira sócia da empresa retirou-se através de determinação judicial, juntamente com outros funcionários que lá labutavam há mais de 15 anos e vieram a fazer parte de outras empresas do mesmo ramo, as quais em tese configuram a formação de quartel fato que será apreciado pela autoridade competente, com pedido a ser deduzido no dia 23 de agosto de 2023, através dos profissionais que atuam na área criminal e civil, face a farta documentação probatória reunida ao longo destes meses, os quais confirmação as assertivas deduzidas pela defesa.
domingo, 20 de agosto de 2023
Semana da Franquia mobiliza administradoras de condomínios
Evento online da BRCondos acontece entre 29 e 31 de agosto com oportunidades exclusivas para empreendedores que querem despontar na área de administração de condomínios
BRCondos impulsiona expansão de administradoras de condomínios com evento gratuito
Por serem responsáveis por inúmeros serviços que garantem a tranquilidade na vida condominial, é comum que administradoras de condomínios concentrem boa parte de sua energia no atendimento de demandas. Deste modo, seu crescimento e a qualidade de vida dos condôminos são diretamente impactados.
Com o intuito de garantir mais rentabilidade para quem deseja investir nesse mercado, a administradora BRCondos promove entre 29 e 31 de agosto a Semana da Franquia, totalmente voltada a empreendedores que buscam expandir sua atuação no segmento condominial unindo forças à rede.
O evento gratuito e online terá em sua programação palestras virtuais que reunirão especialistas para compartilhar estratégias bem-sucedidas na administração de condomínios. As inscrições podem ser feitas por meio deste link.
Condições especiais para novos franqueados da BRCondos
A empresa, referência em gestão de condomínios, está presente em mais de 150 municípios e tem se empenhado em ampliar sua gama de soluções, proporcionando aos franqueados uma otimização operacional.
Durante a Semana da Franquia, quem ingressar na rede terá acesso a facilidades de pagamento e as três primeiras administradoras de condomínios que fecharem negócio contarão com condições especiais. Além disso, serão liberados conteúdos exclusivos sobre o mercado condominial a todos os participantes.
"Vamos a campo acompanhar os primeiros passos deles, para que, com a segurança de uma marca reconhecida nacionalmente, tenham mais assertividade nos seus resultados", detalha Fernando Willrich, vice-presidente da BRCondos.
A programação será focada em impulsionar o crescimento e a alta performance no setor condominial e será transmitida ao vivo por meio do site do evento. Confira abaixo os detalhes:
29/08 | 15h | Como alcançar a alta performance no mercado condominial
Participação: Letícia Duarte (síndica e especialista em condomínios)Aprenda com Letícia Duarte - síndica, responsável por formar a nova geração de síndicos do Brasil - e entenda como acelerar o seu crescimento pessoal e profissional, atuando com alta performance no mercado condominial.
30/08 | 15h | Segredos e Estratégias Comerciais de Sucesso
Participação: Valdir Oliveira (Franqueado BRCondos)
Entenda, na prática, como iniciar uma carreira no mercado condominial começando do zero e tenha acesso ao depoimento inspirador de Valdir Oliveira, Franqueado BRCondos, que irá revelar as estratégias de sucesso que o levaram a administração dos maiores condomínios da América Latina.
31/08 | 15h | Como atingir o 1º lugar na área condominial
Participação: Jordana Müller (gestora de expansão da BRCondos) e Fernando Willrich (vice-presidente e franqueado da BRCondos)
Nesta última etapa, você descobrirá como atingir o 1º lugar em resultados e rentabilidade na área condominial. Será um momento para tirar dúvidas e entender de vez como alcançar a posição que a sua administradora de condomínios merece nessa corrida.
Por que fazer parte da maior rede de administradoras de condomínios do Brasil?
Completando 10 anos de fundação, a BRCondos consolidou seu modelo de gestão com tecnologia própria no mercado condominial, garantindo às unidades franqueadas:
"Por meio da tecnologia, incorporamos soluções que trazem a transparência e qualidade exigidas por síndicos e moradores. Todas as movimentações financeiras que acontecem dentro do nosso sistema, por exemplo, exigem o lançamento de notas fiscais, tornando o processo 100% auditável", explica a gestora de expansão Jordana Müller.
A grande proposta, no entanto, é possibilitar às administradoras de condomínios mais agilidade e retornos financeiros no dia a dia. Para tanto, a BRCondos atua em três frentes: Redução de custos operacionais: 70% dos processos são absorvidos pelo backoffice da empresa, centralizando as atividades em células geridas por especialistas.
Melhora da rentabilidade: Enquanto uma administradora tradicional atende 5 condomínios com 1 colaborador, em média, as franqueadas atendem 20 empreendimentos. Logo, os lucros aumentam como uma consequência natural.
Foco no crescimento: Compartilhando as atividades administrativas, é intrínseca a melhora na gestão de pessoas e processos. Com esse modelo de negócio, a administradora concentra energias em sua expansão e não mais nas atividades operacionais.
Além dessa otimização, a BRCondos ainda permite que os ganhos sejam multiplicados com o cross-selling de serviços de cobrança, automação e seguros. Em breve, também será anunciada uma novidade em soluções financeiras. Deste modo, a Semana da Franquia surge como uma oportunidade para conhecer a fundo a rede, adquirindo conhecimentos úteis para a gestão condominial.
"É uma campanha inédita, feita de maneira muito orgânica, cuja finalidade é buscar novos aliados, que podem ser tanto pessoas que desejam abrir uma administradora ou alguém que já atue nesse mercado e procura expandir seus negócios", ressalta Willrich.
Faça agora mesmo sua inscrição no evento, clicando aqui: https://bit.ly/3Qv5bsN
O seu condomínio pode economizar até 30% em Terceirização de serviços! Saiba mais acessando https://coteibem.sindiconet.com.br/orcamentos/terceirizacao-servicos/calculo-economia-terceirizacao-servicos?origin=5
Sendo síndico um cargo político, nem todos estão preparados
A partir da etimologia da palavra "síndico", advogado reforça que não é todo mundo que pode ocupar o cargo, citando os requisitos indispensáveis para o verdadeiro gestor
Por Gustavo Camacho*
O síndico é um político em sua essência, devendo servir como instrumento da Justiça junto a sociedade na qual atua
Com o mercado condominial em expansão e a crescente demanda por síndicos profissionais, muitas pessoas têm se interessado em ocupar a função de síndico. Mas, será que qualquer pessoa possui virtudes para ser um síndico?
Assim como em qualquer outra atividade profissional, é indispensável que o indivíduo conheça a si mesmo e encontre na motivação interior, o seu propósito de vida, aquilo que justifica a sua existência e o faz levantar da cama todos os dias, independentemente das circunstâncias.
O indivíduo que conhece o seu propósito acaba por não se apegar aos elementos exteriores e efêmeros, eis que impõe a sua vontade para exercitar o caminho almejado em busca da expressão de um ideal.
Já quem desconhece suas motivações interiores, vincula-se facilmente aos elementos exteriores, derivados dos desejos corporificados nos resultados de suas ações, tais como bens materiais, prestígio, poder, etc.
Há que se ressaltar que aquele que não cumpre o seu propósito trai, não apenas a si próprio, mas a toda a sociedade que deixa de ter os seus melhores frutos.
Vincular-se aos desejos e as paixões materiais e traçar metas físicas e financeiras, bem como abrir campo para a corrupção, rompendo valores éticos e morais de um indivíduo sob o argumento de que um objetivo exterior poderá ser alcançado mais brevemente, tem um alto custo.
Corrupção em condomínio: Saiba identificar e agir
Trabalhar com esta mentalidade é aguardar para viver os prazeres exteriores da vida, pois, aqui neste cenário, o enfoque é o resultado e não as experiências obtidas durante o percurso - mentalidade que conduz o individuo à uma prisão mental cujo carcereiro é ele próprio. De fato, conhecer o seu propósito leva o indivíduo a viver o trabalho e não apenas sobreviver dele.
E o que o síndico tem haver com tudo isso?
De acordo com a tradição filosófica clássica, existem 4 ideias superiores junto ao plano não manifestado:
(A) Beleza
(B) Bondade
(C) Verdade
(D) Justiça.
Estas quatro ideias, plasmadas no mundo manifestado representam:
(A) Artes
(B) Religiões
(C) Ciências
(D) Política
Sim! A política vincula-se a ideia de Justiça, conforme demonstrado pela representação abaixo:
Em que pese o vocábulo político seja hoje sinônimo de descrédito, a sua origem deriva da palavra pólis (antigas cidades/estado gregas). O político é aquele responsável por cuidar da pólis/cidade, sempre com a ambição de fazer mais e melhor, subjugando as suas próprias paixões em vista dos interesses da coletividade, motivando sua existência para servir.
A degradação da função da real política é capitaneada pelos politiqueiros, que se fecham em si próprios, por isso, eram chamados pelos gregos de idiotas, com a ganância de obterem resultados pessoais, a fim de que da sociedade possam servir-se.
Por isso, o síndico é um político em sua essência, devendo servir como instrumento da Justiça junto a sociedade na qual atua. Exatamente por este motivo, da análise etimológica, verifica-se que o substantivo síndico deriva do grego Syndikos, que significa: o patrocinador da Justiça.
Assim, para que esteja apto a ser síndico, o indivíduo deverá ter ciência de que o artigo 1348 do Código Civil é uma baliza mínima de suas responsabilidades, motivo pelo qual tornam os requisitos abaixo indispensáveis aos verdadeiros síndicos que desejam liderar e inspirar pessoas:
(I) conhecer-se a si mesmo,
(Ii) para que possa exprimir o seu real propósito de vida,
(Iii) sendo um efetivo instrumento do arquétipo da Justiça junto a sociedade.
(*) Gustavo Camacho é advogado sócio do Karpat Sociedade de Advogados, em Santa Catarina.
terça-feira, 30 de maio de 2023
Como aplicar o “G” do conceito ESG dentro dos condomínios?
Por Revista Síndico - Última atualização: 04/05/2023
Sustentabilidade
A sigla ESG (em inglês Environmental, Social and Governance – em português Ambiental, Social e Governança) tem ganhado força no ambiente corporativo nos últimos anos. Ela compreende um conjunto de padrões e práticas que avaliam como uma determinada instituição lida com questões ambientais, sociais e de governança, ou seja, analisa em que medida as empresas viabilizam o desenvolvimento sustentável em seu dia a dia e contribuem para um futuro mais seguro para as próximas gerações.
O termo foi criado em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU), e embora sempre que se fale em ESG a sigla esteja geralmente atrelada ao corporativismo, o conceito pode, e deve, ser aplicado a outros âmbitos, como no setor condominial, por exemplo.
Na opinião de Bruno Malvezi, empresário e diretor do Grupo Impper, um condomínio pode ser considerado como uma empresa, e as administradoras, síndicos e moradores precisam entender que seguir os conceitos de ESG pode impactar positivamente a vida de cada um. “A implantação dessas práticas sempre se dá por iniciativa das lideranças, que no caso dos condomínios são os síndicos. Eles é que devem fomentar esta cultura entre os moradores, explicando os retornos que isso pode trazer em termos de redução de custos, qualidade de vida e valorização do imóvel”, afirma.
Para cumprir os propósitos ESG, os condomínios devem adotar medidas nas três frentes que compõem a sigla. Um bom começo é fazer um raio-x do status atual e, a partir dele, traçar objetivos. Tudo deve caminhar em consonância, afinal, não adianta ser ecoeficiente e não atender questões de acessibilidade para incluir os condôminos com algum tipo de limitação, por exemplo. Ou ter uma prestação de contas rigorosa pode não ser suficiente, se determinadas medidas podem otimizar os recursos e enxugar gastos sem interferir na qualidade do serviço prestado. Enfim, uma coisa acaba puxando a outra, mas vale lembrar que a aplicação do conceito ESG nos condomínios precisa ser de maneira coletiva para se chegar ao resultado esperado.
Plano de Governança
Ao aplicar o ESG na gestão de condomínios, no que diz respeito ao pilar da governança, as palavras de ordem são ética e transparência na contratação e prestação de contas, com mecanismos de controle interno e de compliance bem definidos e a participação ativa dos condôminos em todas as decisões. Por isso, o gestor deve oferecer canais para o diálogo, o debate saudável e o compartilhamento de ideias que possam trazer benefícios para todos.
Além disso, a governança condominial também pode ser melhorada através da responsabilidade na gestão dos recursos do condomínio. Para o advogado especialista em direito imobiliário, Leandro Sanchez, a auditoria preventiva, atuando como Conselho Fiscal independente, pode atuar como balizador importante nesse processo, já que a gestão eficiente de recursos financeiros, incluindo a realização de orçamentos, monitoramento de gastos e manutenção de registros financeiros precisos e transparentes, tranquiliza toda a comunidade envolvida.
“A auditoria condominial também pode ser instrumento para avaliar a atuação dos gestores na administração do condomínio, dando maior tranquilidade aos condôminos através da emissão de relatórios mensais de acompanhamento”, exemplifica Leandro.
Por fim, a conduta corporativa do síndico também faz parte da governança, pois se refere à sua postura para fazer cumprir a convenção, o regulamento interno e as decisões da assembleia como previsto no Código Civil. Seu comportamento ético deve servir de inspiração para os colaboradores, condôminos, parceiros e prestadores de serviço.
Quanto antes o condomínio se movimentar em direção ao ESG, mais fácil será sua adaptação. Ficar de fora não é mais uma opção. “Os condomínios comerciais de grande porte e os corporativos já adotam há mais tempo sistemas de gestão mais profissionais e qualificados. Agora chegou a vez de os condomínios residenciais também serem administrados de forma mais eficiente e com olhar voltado a todas essas tendências”, aponta Bruno Malvezi.
No entanto, é importante lembrar que a implementação de práticas ESG deve ser feita de forma planejada, de modo a garantir que os benefícios sejam sentidos a médio e longo prazo. É importante envolver todos os públicos (moradores, síndico, conselho fiscal, conselho consultivo, auditores, independentes, administradores e outros envolvidos) no processo de implementação dessas práticas, de modo a garantir o sucesso e a sustentabilidade de todas as iniciativas.
Para Leandro Sanchez, a valorização do imóvel em condomínios que adotarem essas práticas e políticas de responsabilidade social, ambiental e de governança será, sem dúvida, um benefício adicional e relevante dessas iniciativas. Isso pode ocorrer por vários motivos, incluindo a criação de um ambiente de trabalho mais atraente e saudável, com a diminuição dos custos operacionais, maior transparência na gestão financeira e no aumento da satisfação e do bem-estar dos moradores.
“A valorização também pode ser influenciada pelo crescente interesse dos investidores e compradores por imóveis sustentáveis, responsáveis, com administração transparente e comunicação clara, tornando-o mais atraente para venda. Neste caso, todo mundo ganha!”, defende o advogado.
As boas práticas ambientais, sociais e de governança devem ganhar cada vez mais força na agenda condominial. Os benefícios e as oportunidades que as abordagens ESG no condomínio podem propiciar não serão conquistados da noite para o dia, mas com esses exemplos, um condomínio pode atender os requisitos do ESG. É importante frisar que ainda não se tem uma certificação ESG para condomínios, mas há estudos em andamento com essa finalidade.
As práticas do ESG são um caminho sem volta em todos os níveis da sociedade, tornando-se estratégicas para a administração, seja empresarial ou condominial, elas agregam valor ao cotidiano de quem nesse conceito está inserido. O ESG também vai além de atos. Nele, representantes de empresas, de condomínios ou de onde mais for, se tornam não só agentes executores de ações, mas também multiplicadores de conceitos e filosofias, por meio de iniciativas e campanhas que tragam reflexões e que podem mudar comportamentos e a vida das pessoas. E quando as pessoas mudam, o mundo muda também.
Por: Juliana Marques
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Home office em apartamentos: Um olhar legal!
Além de novas soluções arquitetônicas que contemplem o novo uso dos apartamentos, após a concretização do home office, condomínios devem criar regras para melhor convivência
As construtoras têm lançado prédios de apartamentos com destaque para áreas, dentro das unidades autônomas, destinadas à instalação de escritórios. É a concretização, já na planta, do “home office”.
É inegável que as relações de trabalho se transformaram enormemente em muitos setores, sendo inócuo que trabalhadores se dirijam a locais específicos para desempenharem as suas funções.
Home office em condomínios: Dicas e Orientações
Bancos, jornais, sociedade de advocacia, escritórios de engenharia ou arquitetura, até o Estado, muitos sistematizaram as suas rotinas, exigindo a presença física algumas vezes por mês, jamais diariamente: no dia a dia, o profissional deve desenvolver as suas aditividades em casa.
O IBGE identificou o crescimento do trabalho em casa em todo o país. Bem por isso, a Consolidação das Leis do Trabalho, desde 2011 rege esse tipo de relacionamento, e as legislações municipais passaram a cuidar dessas atividades nas residências, às vezes, também, as incentivando.
Home office em apartamentos e a ressignificação de morar em condomínio
Morar passou a significar mais do que pernoitar, descansar, ter lazer, realizar as atividades inerentes à satisfação das necessidades básicas da pessoa, passando a encampar o trabalho em casa, ao residir. E, agora os prédios são erigidos (ou os antigos são reformados) contemplando esse hábito.
Queira-se ou não, é fato: as atividades desenvolvidas nas unidades autônomas e, em decorrência, nas áreas comuns são diferentes das antigas, provocam maior circulação de pessoas e de equipamentos; exigem períodos de silêncio, talvez exijam maior consumo de energia elétrica e de água.
Veja também: Lei do Silêncio em condomínios
Nesse contexto, deve ser recordado que o Código Civil prevê a atenção no condomínio, ao “fim a que as unidades se destinam”, sendo claro o direito de o condômino exigir e sendo dever seu, “dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação” (inciso IV do artigo 1336).
Vai daí, para que não surjam discussões desnecessárias (sem esquecermos da essencialidade de darmos leitura contemporânea a dispositivos antigos) interessará que as futuras convenções (ou aquelas que venham a ser alteradas, em prédios com essas circunstâncias) tratem do trabalho residencial.
Será simples fazê-lo: bastará retratar a verdade, que é sim, trabalhar-se-á na residência (sem desnaturar a natureza prevalentemente residencial do condomínio).
Ao serem estabelecidas regras atualizadas, deverá ser debatido cada aspecto da vida comunitária diante desse novo uso: trabalho exige silêncio, mas crianças e esportistas fazem barulho. Ao instituidor, ao síndico, aos condôminos, caberá que sejam inteligentes para alcançarem o bom equilíbrio entre as necessidades e os direitos de todos.
Igualmente, prestando-se atenção aos novos usos, caberá aos construtores de condomínios (e aos condôminos, naqueles já existentes que precisem se atualizar), investir nas características físicas e operacionais do prédio, avaliando e implementando o que for necessário para esse uso, como se faria, por exemplo, ao instalar um playground, se assim o quisessem os condôminos. Trata-se de entregar o que os condôminos (afinal, são os donos...) querem.
Dessa forma, fundamental, a contemplação prática desses novos costumes ou necessidades, presenciando-se, diga-se, estarem já há algum tempo as pessoas envolvidas agindo nesse sentido.
Seja estabelecendo novas regras no condomínio, seja adequando as respectivas administração e operação, seja construindo novos modos e aceitando as novas necessidades dos condôminos, por lógico já contemplando esses novos costumes em suas convenções.
Em resumo: A evolução dos costumes, da tecnologia, das necessidades e dos desejos sociais integram, obviamente, novos modos de morar e novos modos de usar a unidade condominial. Nos novos condomínios, caberá analisar como estarão cumprindo a meta de ter condições de trabalho em casa, apreciando as novas convenções e as novas soluções arquitetônicas.
Nos condomínios já existentes, mãos à obra: na trilha apontada pelos novos condomínios, nos antigos pensemos e elaboremos novas regras; entendamos a lei como o exigem os tempos atuais.
Materialmente, olhemos de frente para essa evolução das práticas e costumes, acatando essa crescente necessidade dos moradores e organizando os prédios, o mais rapidamente possível (sim, mediante deliberação de condôminos) e instalando os equipamentos, efetivando as obras e contratando o pessoal.
Enfim, tudo o que se fizer necessário para propiciar o adequado atendimento, a boa prestação dos serviços que interessem aos condôminos, exatamente como quer a lei.
sexta-feira, 5 de maio de 2023
CIRCULAR INFORMATIVA.
O condomínio possui sua Convenção de Condomínio, disponível no site da administradora no endereço https://www.creditoreal.com.br, e no blogger do condomínio em http://plazabourbon.blogspot.com/2015/12/blog-post_95.html onde em seu conteúdo, há um capítulo tratando de direitos e deveres dos condôminos.
A convenção data de 2011 e tivemos ao longo de mais de uma década, muitas alterações nos hábitos e costumes dos moradores, fundamentalmente, após pandemia, exemplo o trabalho em Home Office.
No que tange, principalmente, ao silêncio, cabe ressaltar, que aulas são ministradas on-line, audiências são realizadas e outras tantas tarefas são executadas atualmente, no dia a dia dos moradores. Assim alterações talvez sejam necessárias na nossa convenção, para o que estamos abertos e sugestões para melhorá-la e deixa-la mais atual, serão benvindas.
Porém, enquanto isso não ocorre, é necessário que se respeite o que está expresso, no item 2 da referida convenção onde estão descritos os Direitos e Deveres dos Moradores, focando o item 2.15 principalmente, que se refere aos horários de silêncio, nos dias e horários ali previstos. Lembrando que é uma indicação pois hoje qualquer ruído não programado poderá interferir nas tarefas e atividades de outros moradores vizinhos.
Sabe-se que o síndico, como personagem de liderança dentro do condomínio, precisa fomentar o caminho para que ocorra mais integração. É fundamental ter uma preocupação constante com o humanismo na gestão. Não se deve reduzir a administração do prédio a rotinas burocráticas semelhantes às de uma empresa.
Para ser
bem-sucedido, não basta apenas pagar corretamente as contas. O síndico tem que
pensar no conjunto como um organismo vivo, um grande lar. Um dos requisitos
para assumir o cargo deve ser a habilidade de manter contatos pessoais e de boa
comunicação., porém sozinho muitas de suas iniciativas tendem a não prosperar.
Claro que
as diferenças de perfil e personalidade entre condôminos acabam dificultando a
desejada comunhão. A maioria dos condomínios é formada por moradores que
adquiriram apartamentos pela atratividade financeira, sem ter estudado o
ambiente ou as características de seus proprietários, o que faz com que exista
uma grande diversidade de indivíduos.
Mas é perfeitamente possível conciliar valores diferentes e
tolerar o outro. Cada um deve se desenvolver com o outro, espelhando-se como um
grupo. "Viver em comunidade é um exercício de flexibilização, de
ponderação e de paciência”.
Agir de forma coletiva esteriliza a comunidade dos problemas, estimula a participação no ambiente em que se vive e tende a ser muito mais eficiente do que atitudes solitárias. Os vizinhos estão ao lado e - goste-se ou não deles - eles permanecerão no mesmo local. Independente do grau de dificuldade, a integração comunitária é o único caminho para um dia a dia com mais tranquilidade e qualidade de vida.
Atenciosamente - Sindico
– Apto 502